Poucos escritores no mundo
recusariam a genialidade e a imaginação de Neil Gaiman devido a todo o seu
universo imenso criado e expandido em muitas outras obras por ai. Mas um deles
se mostrou tão genial quanto. George R.R. Martin conseguiu criar um universo
capaz de bater de frente com qualquer outro escritor. As crônicas de gelo e
fogo traz um estilo completamente independente em uma linguagem tão incomum e
ao mesmo tempo inovadora, que acaba lhe prendendo a todo o pandemônio que a
historia passa, fazendo com que você fique preso aquele vício dias e dias. Mas
ainda não vejo algo perfeito, pois Martin escreve de uma forma um pouco “forçada”,
não que isso seja um problema, pois em todas as vezes que ele ousa nos momentos
acaba se tornando algo fantástico, mas toda vez que leio, parece que precisa
acontecer algo ali tão grande, que acaba se tornando muito previsível, e é ai
que o roteirista da série “Game of Thrones” que muitos tanto criticam entra,
pois na série tudo acaba se encaixando em seus devidos lugares, enquanto no
livro eu acabo me perdendo um pouco por causa de todo aquele acontecimento.
(Isso não é um problema de leitura minha, pois o livro presencia momentos tão
inusitados que acabam se tornando previsíveis).
Falando agora do livro
principal e que se torna o tema no post. “Wild Cards – O começo de tudo” foi um
dos primeiros projetos de Martin. A história foi publicada pela a primeira vez
em 1993 e agora, reeditada por a dois anos, aproveitando o embalo das “Crônicas
de Gelo e Fogo” com uma edição simples mas chamativa.
O universo do livro traz
uma influência direta aos Super-Heróis dos anos 90. Em um estilo “Watchmen”, a
saga começa no fim da Segunda Guerra Mundial onde um vírus extraterrestre se expandi pela terra matando mais da metade da
população. Mas o inusitado aparece, fazendo com que o resto dos humanos
ganhassem poderes devido ao afeto com o DNA, fazendo com que o mundo se divida
em duas classes de “mutantes”. Os Jokers, que sofriam mutação física, capaz de
serem metade animal, ou monstros com poderes nojentos e brutais. E os Ases, na
maioria poderes psíquicos e sem deformidades, alguns possuíam inteligência
superior ou levitavam coisas, até poderiam ter força estendida ou se
transformar em algo sólido.
A história acompanha a vida
de um jovem ator e seus companheiros, porém é repleta de momentos paralelos
como a vida de um Joker, que retrata todo o sofrimento de um de seu tipo viver
em uma sociedade cujo o preconceito se afeta na maioria, pois há 5% a mais de
deformidades a mais no mundo do que qualquer outro ser vivo. No começo tudo se
trans forma em uma confusão momentânea, onde você consegue entender por completo
somente na metade do livro, fazendo com que a história se complete e venha a
fazer sentido e trazer ação. A história é incrível, isso é inegável. Traz
momentos de ação tão bem relatadas (isso o velho Martin faz com genialidade)
que o livro lhe joga para dentro dele de uma forma tão agressiva, capaz de sua
imaginação retratar cada palavra fazendo com que sua cabeça vire um poço de
imagens com lugares destruídos é muita porradaria. Outro destaque é a utilização
do realismo na história, como a Guerra e o Nazismo, e alguns personagens reais,
que agora são vistos em um novo modo. As partes vamos dizer, “históricas” do
livro são tão bem construídas, que elas te convencem de que tudo aquilo
realmente é real. Um livro que tudo se encaixa, fazendo com que George R.R.
Martin seja o escritor que consegue fazer um fato histórico na fantasia, e te
convencer de que tudo aquilo realmente existe (não estou exagerando).
Fantástico e faz jus ao autor!
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