segunda-feira, 2 de junho de 2014

Wild Cards - O Começo de tudo

Poucos escritores no mundo recusariam a genialidade e a imaginação de Neil Gaiman devido a todo o seu universo imenso criado e expandido em muitas outras obras por ai. Mas um deles se mostrou tão genial quanto. George R.R. Martin conseguiu criar um universo capaz de bater de frente com qualquer outro escritor. As crônicas de gelo e fogo traz um estilo completamente independente em uma linguagem tão incomum e ao mesmo tempo inovadora, que acaba lhe prendendo a todo o pandemônio que a historia passa, fazendo com que você fique preso aquele vício dias e dias. Mas ainda não vejo algo perfeito, pois Martin escreve de uma forma um pouco “forçada”, não que isso seja um problema, pois em todas as vezes que ele ousa nos momentos acaba se tornando algo fantástico, mas toda vez que leio, parece que precisa acontecer algo ali tão grande, que acaba se tornando muito previsível, e é ai que o roteirista da série “Game of Thrones” que muitos tanto criticam entra, pois na série tudo acaba se encaixando em seus devidos lugares, enquanto no livro eu acabo me perdendo um pouco por causa de todo aquele acontecimento. (Isso não é um problema de leitura minha, pois o livro presencia momentos tão inusitados que acabam se tornando previsíveis).

Falando agora do livro principal e que se torna o tema no post. “Wild Cards – O começo de tudo” foi um dos primeiros projetos de Martin. A história foi publicada pela a primeira vez em 1993 e agora, reeditada por a dois anos, aproveitando o embalo das “Crônicas de Gelo e Fogo” com uma edição simples mas chamativa.

O universo do livro traz uma influência direta aos Super-Heróis dos anos 90. Em um estilo “Watchmen”, a saga começa no fim da Segunda Guerra Mundial onde um vírus extraterrestre  se expandi pela terra matando mais da metade da população. Mas o inusitado aparece, fazendo com que o resto dos humanos ganhassem poderes devido ao afeto com o DNA, fazendo com que o mundo se divida em duas classes de “mutantes”. Os Jokers, que sofriam mutação física, capaz de serem metade animal, ou monstros com poderes nojentos e brutais. E os Ases, na maioria poderes psíquicos e sem deformidades, alguns possuíam inteligência superior ou levitavam coisas, até poderiam ter força estendida ou se transformar em algo sólido.


A história acompanha a vida de um jovem ator e seus companheiros, porém é repleta de momentos paralelos como a vida de um Joker, que retrata todo o sofrimento de um de seu tipo viver em uma sociedade cujo o preconceito se afeta na maioria, pois há 5% a mais de deformidades a mais no mundo do que qualquer outro ser vivo. No começo tudo se trans forma em uma confusão momentânea, onde você consegue entender por completo somente na metade do livro, fazendo com que a história se complete e venha a fazer sentido e trazer ação. A história é incrível, isso é inegável. Traz momentos de ação tão bem relatadas (isso o velho Martin faz com genialidade) que o livro lhe joga para dentro dele de uma forma tão agressiva, capaz de sua imaginação retratar cada palavra fazendo com que sua cabeça vire um poço de imagens com lugares destruídos é muita porradaria. Outro destaque é a utilização do realismo na história, como a Guerra e o Nazismo, e alguns personagens reais, que agora são vistos em um novo modo. As partes vamos dizer, “históricas” do livro são tão bem construídas, que elas te convencem de que tudo aquilo realmente é real. Um livro que tudo se encaixa, fazendo com que George R.R. Martin seja o escritor que consegue fazer um fato histórico na fantasia, e te convencer de que tudo aquilo realmente existe (não estou exagerando). Fantástico e faz jus ao autor!

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