terça-feira, 3 de junho de 2014

Child of Light

A muito tempo os RPG’s de turno não eram valorizados na atualidade. Temos exemplos tão bem elaborados como “Final Fantasy” entre outros. Mas a genialidade e a competência de uma equipe filial da UBISOFT em Montreal trouxe um jogo que para mim, se tornou a maior surpresa do ano. O incrível “Child of Light” veio com uma proposta tão simples de agradar o público com todo o carisma visual que o jogo oferece de uma maneira tão incrível e tão elegante, fazendo com que todo o público deseje os parabéns pra essa pequena equipe, que conseguiu desempenhar uma obra tão imensa.


A trama segue a vida de uma Princesa Austríaca chamada Aurora, que é portadora de uma doença grave. Sem entender muito bem, ela adormece e acorda no mundo de Lemúria, onde habita um conto de fada extremo, com criaturas e seres muito diferentes. Lá ela faz vários amigos que a ajudam a destruir as forças das trevas e a recupera o Sol e a Lua que foram roubados pela Rainha das Trevas. Um dos companheiros de Aurora, e que lhe segue pelo jogo todo, é o vaga-lume, que é manipulado com o sistema de direção do mouse, e também é utilizado para atrapalhar adversários e dar dicas em momentos de “quebra-cabeças” do jogo. A narrativa dos personagens é toda escrita e sem voz, fazendo com que facilite no modo de entendimento de cada segundo que a trama lhe oferece, junto com uma estética indie tão bem criada e bonita, capa de fazer o jogador simplesmente parar e admirar cada detalhe do cenário que eu particularmente achei muito bonito. E misturado com uma trilha sonora absurdamente perfeita onde combina com cada momento, como um simples boss, ou uma pequena “custscene”, sempre você ter uma bela trilha sonora para degustar de braços abertos.

A comparação com o épico “Final Fantasy” no começo, veio por causa justa da jogabilidade em forma de turno, onde o jogador tem uma barra de tempo da protagonista, e de seus inimigos e aliados, fazendo com que o primeiro a alcançar a área vermelha, tem a vez de escolher seu passa, seja ele atacar, usar cura ou magia e até mesmo escudo, sendo assim, o personagem executa a função no término da linha. O jogo acaba se tornando um pouco repetitivo na metade, e junto com isso vem à complicação. A dificuldade é muito bem feita, de uma maneira crescente que obriga você a explorar todo o universo mágico que Lamúria oferece atrás de itens e poções para combater e ganhar level. Um jogo belo e muito bem produzido, porém ele é um jogo de público, pois seu visual traz muito da cultura indie dos games, em um visual 2D completamente bem produzido e desenvolvido. Um grande elogio para a UBISOFT por apostar nessa nova e tão crescente cultura indie gamer, me deixando muito ansioso para “Valiant Hearts”, que já tem data marcada para o lançamento, deixando todos ansiosos depois dessa beleza chamada “Child of Light”.


segunda-feira, 2 de junho de 2014

Wild Cards - O Começo de tudo

Poucos escritores no mundo recusariam a genialidade e a imaginação de Neil Gaiman devido a todo o seu universo imenso criado e expandido em muitas outras obras por ai. Mas um deles se mostrou tão genial quanto. George R.R. Martin conseguiu criar um universo capaz de bater de frente com qualquer outro escritor. As crônicas de gelo e fogo traz um estilo completamente independente em uma linguagem tão incomum e ao mesmo tempo inovadora, que acaba lhe prendendo a todo o pandemônio que a historia passa, fazendo com que você fique preso aquele vício dias e dias. Mas ainda não vejo algo perfeito, pois Martin escreve de uma forma um pouco “forçada”, não que isso seja um problema, pois em todas as vezes que ele ousa nos momentos acaba se tornando algo fantástico, mas toda vez que leio, parece que precisa acontecer algo ali tão grande, que acaba se tornando muito previsível, e é ai que o roteirista da série “Game of Thrones” que muitos tanto criticam entra, pois na série tudo acaba se encaixando em seus devidos lugares, enquanto no livro eu acabo me perdendo um pouco por causa de todo aquele acontecimento. (Isso não é um problema de leitura minha, pois o livro presencia momentos tão inusitados que acabam se tornando previsíveis).

Falando agora do livro principal e que se torna o tema no post. “Wild Cards – O começo de tudo” foi um dos primeiros projetos de Martin. A história foi publicada pela a primeira vez em 1993 e agora, reeditada por a dois anos, aproveitando o embalo das “Crônicas de Gelo e Fogo” com uma edição simples mas chamativa.

O universo do livro traz uma influência direta aos Super-Heróis dos anos 90. Em um estilo “Watchmen”, a saga começa no fim da Segunda Guerra Mundial onde um vírus extraterrestre  se expandi pela terra matando mais da metade da população. Mas o inusitado aparece, fazendo com que o resto dos humanos ganhassem poderes devido ao afeto com o DNA, fazendo com que o mundo se divida em duas classes de “mutantes”. Os Jokers, que sofriam mutação física, capaz de serem metade animal, ou monstros com poderes nojentos e brutais. E os Ases, na maioria poderes psíquicos e sem deformidades, alguns possuíam inteligência superior ou levitavam coisas, até poderiam ter força estendida ou se transformar em algo sólido.


A história acompanha a vida de um jovem ator e seus companheiros, porém é repleta de momentos paralelos como a vida de um Joker, que retrata todo o sofrimento de um de seu tipo viver em uma sociedade cujo o preconceito se afeta na maioria, pois há 5% a mais de deformidades a mais no mundo do que qualquer outro ser vivo. No começo tudo se trans forma em uma confusão momentânea, onde você consegue entender por completo somente na metade do livro, fazendo com que a história se complete e venha a fazer sentido e trazer ação. A história é incrível, isso é inegável. Traz momentos de ação tão bem relatadas (isso o velho Martin faz com genialidade) que o livro lhe joga para dentro dele de uma forma tão agressiva, capaz de sua imaginação retratar cada palavra fazendo com que sua cabeça vire um poço de imagens com lugares destruídos é muita porradaria. Outro destaque é a utilização do realismo na história, como a Guerra e o Nazismo, e alguns personagens reais, que agora são vistos em um novo modo. As partes vamos dizer, “históricas” do livro são tão bem construídas, que elas te convencem de que tudo aquilo realmente é real. Um livro que tudo se encaixa, fazendo com que George R.R. Martin seja o escritor que consegue fazer um fato histórico na fantasia, e te convencer de que tudo aquilo realmente existe (não estou exagerando). Fantástico e faz jus ao autor!